A introdução alimentar participativa é um dos métodos que podem ser usados entre os 6 meses e os 2 anos de idade, quando os bebês começam a ter outros alimentos adicionados à sua dieta.
Embora o leite materno (ou fórmula infantil) continue sendo a principal fonte alimentar dos pequenos nessa fase, o contato com os alimentos traz benefícios que vão além da nutrição.
É quando eles descobrem uma nova forma de se nutrir e passam a construir a própria relação com a comida, seus sabores e texturas diferentes.
Nesse sentido, o método participativo pode colaborar para o desenvolvimento durante esse período e para a criação de bons hábitos alimentares desde a primeira infância.
Quer entender como ele funciona e os benefícios que oferece para os bebês?
Então vem com a gente!
Introdução alimentar participativa: o que é e como funciona
A abordagem participativa traz uma proposta mais flexível para a introdução alimentar dos bebês. Nela, a criança tem um papel ativo durante as refeições, enquanto os pais assumem o lugar de mediadores, respeitando a individualidade de seus filhos.
Com o objetivo de despertar o interesse dos pequenos pela comida, a introdução alimentar participativa sugere que eles explorem os alimentos, comendo com as próprias mãos.
Os pais e cuidadores também podem oferecer os alimentos amassados com o garfo ou raspadinhos com a colher. Mas a ideia é sempre observar como o bebê se sente mais confortável em comer.
Afinal, a criança deve ser a protagonista nesse processo.
O método participativo surgiu a partir da junção de duas abordagens: a tradicional e o BLW (Baby Led Weaning – ou “Desmame guiado pelo bebê”).
Método Tradicional
Na introdução alimentar tradicional, os pais ou cuidadores controlam a alimentação da criança durante a refeição. Assim, sob supervisão, os alimentos são introduzidos gradualmente no cardápio do bebê.
Em vez de alimentos separados no pratinho, as refeições são oferecidas em consistência pastosa – são as famosas papinhas. Para não perder as fibras, os alimentos devem ser amassados com o garfo ou raspados, nunca batidos no liquidificador ou peneirados.
Aos poucos, as papinhas são substituídas por alimentos sólidos desfiados, em tiras ou picados em cubinhos.
Método BLW
O BLW é uma abordagem mais recente, que propõe uma introdução alimentar gradual, guiada pelo bebê. Ou seja, sem interferência dos pais ou cuidadores.
Desde o início, esse método sugere que os alimentos sejam oferecidos em pedaços maiores, mesmo que a criança ainda não tenha dentes. Ao experimentá-los em forma de bastões ou tiras, o bebê descobre os sabores, as texturas e os aromas sozinhos.
Além disso, quem controla a quantidade de comida e a duração das refeições são as próprias crianças.
Método participativo: união do tradicional com o BLW
A introdução alimentar participativa, portanto, combina a autonomia do bebê com a supervisão dos pais. Isso porque, mesmo quando as refeições são mediadas, a criança participa ativamente do processo.
Ao não impor regras, o método respeita a individualidade dos pequenos.
Se o bebê demonstra que não quer mais comer, o adulto não deve insistir ou fazer com que ele “raspe o prato”. Afinal, nessa fase, a criança está aprendendo a reconhecer os sinais de fome e saciedade.
Além da adaptação dos bebês, a abordagem participativa leva em conta a realidade das famílias.
Nem todos os pais se sentem confortáveis em adotar o método BLW, por exemplo. Isso por conta da insegurança de não alimentar seus filhos de forma adequada, não atender às necessidades nutricionais deles ou lidar com a sujeira.
Assim, acabam oferecendo alimentos amassadinhos em algumas refeições, sobretudo nos dias mais corridos ou quando elas precisam ser feitas fora de casa.
E a introdução alimentar participativa chega para mostrar que está tudo bem!
Quais são as vantagens do método participativo?
Ao valorizar o protagonismo da criança ao longo do processo de criar uma relação com a comida e de desenvolver bons hábitos alimentares, essa abordagem oferece vários benefícios:
- respeito à individualidade dos bebês;
- cria independência durante as refeições;
- aumenta o interesse da criança pela comida;
- melhora a aceitação de novos alimentos;
- autonomia no controle da fome e saciedade pelo bebê;
- diminui as chances de o pequeno se tornar seletivo no futuro;
- estimula a mastigação e o desenvolvimento da fala;
- maior segurança para os pais em relação ao BLW.
9 dicas para adotar a introdução alimentar participativa
Veja, a seguir, algumas práticas que podem ajudar você a usar o método participativo com o seu pequeno:
- Evite impor suas preferências alimentares;
- Apresente os alimentos de diferentes formas e deixe o bebê escolher qual prefere: por exemplo, mais amassadinho oferecido pelo adulto, em pedaços maiores ou em rodelas;
- Varie as formas de preparo e os temperos usados;
- Ofereça um ambiente sem distrações;
- Confie na criança e dê suporte como mediador, sem controlar a alimentação dela;
- Nunca force o seu filho a comer o que ele não quer;
- Prove os alimentos novos junto com o bebê para estimulá-lo a experimentar;
- Priorize o prazer da criança em comer e se preocupe menos com a sujeira;
- Tente não criar muitas expectativas para não se frustrar.
Colocar o bebê para comer junto com a família também é essencial durante essa fase, sabia? É um estímulo a mais para a criança experimentar os alimentos e aprender olhando as outras pessoas comerem.
Para facilitar a rotina, a comidinha do bebê pode ser a mesma do resto da família, desde que os alimentos tenham a textura adequada para a idade dele e não levem sal no preparo.
Não deixe de levar a dinâmica familiar em conta
É importante dizer que a escolha do método de introdução alimentar cabe aos pais. Além de avaliar os benefícios de cada abordagem, leve em conta a realidade da sua família e a sua segurança em adotar um ou outro método.
Muitas vezes, deixar a criança livre para guiar o processo de alimentação faz os pais ficarem angustiados. E isso acaba sendo ruim para a família toda.
Assim como cada criança tem seu tempo, os pais também têm. A introdução alimentar é um processo longo que exige adaptação por parte do bebê e de todos que cuidam dele.
O que mais importa é garantir uma alimentação complementar adequada para a saúde da criança. E a introdução alimentar participativa pode ajudar nesse sentido.
Mas, no final das contas, só quem pode dizer qual é a melhor forma de oferecer os alimentos para o seu filho é você!
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