Até um tempo atrás, as papinhas eram as comidinhas recomendadas para os bebês durante a introdução alimentar. Mas, conforme alimentação infantil foi recebendo mais atenção, muita coisa mudou.
Com o avanço do conhecimento e da disseminação de novos métodos de introdução alimentar, as papinhas batidas no liquidificador, com textura de purê, perderam lugar para os alimentos sólidos.
Mas o que explica essa mudança? E o que faz os alimentos sólidos serem melhores para o desenvolvimento das crianças?
É sobre isso que vamos falar a seguir!
Por que dar preferência aos alimentos sólidos em vez de papinhas na introdução alimentar?
Ainda consideradas por muita gente como sinônimo de comidinha de bebê, as papinhas não contribuem para o pleno desenvolvimento dos pequenos.
Essa mudança no consenso de como os alimentos devem ser oferecidos a partir dos 6 meses aconteceu gradualmente.
Aqui no Brasil, sobretudo a partir da redemocratização.
Com a criação da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado no país. Também serviu como base para a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, e da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), em 1999.
Graças a tudo isso, a alimentação começou a ser tratada com mais seriedade.
Entre os avanços está a publicação dos Guias Alimentares com diretrizes nacionais e o estabelecimento do direito humano à alimentação adequada (DHAA) como direito constitucional no Brasil.
Não só por aqui, mas no mundo inteiro, a discussão sobre ações para promover uma alimentação saudável, sobretudo na primeira infância, ganhou força nas últimas décadas.
E a introdução alimentar passou a ser entendida como uma fase fundamental para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares, que serão levados para o resto da vida.
Ou seja, seu papel vai além de prover nutrientes para o crescimento das crianças.
Nesse sentido, o consumo de alimentos sólidos no lugar das papinhas oferece muito mais benefícios. Entenda por quê:
Fibras e nutrientes
O uso do liquidificador e de peneiras para preparar as papinhas faz com que os alimentos percam totalmente a sua textura original.
Mesmo que você use alimentos in natura, inclua os 5 grupos alimentares e dê preferência aos orgânicos, elas não oferecem tudo o que o seu filho precisa.
Isso porque essas etapas de preparo levam à perda de fibras e de nutrientes, essenciais para a saúde dos bebês.
Estímulo ao paladar
Aqui na Jornada Mima, a gente sempre reforça a importância do cardápio variado para os pequenos.
Entretanto, isso não quer dizer que as papinhas preparadas em casa, com vários alimentos, ofereçam os mesmos benefícios dos alimentos sólidos ou mesmo amassadinhos.
Além de não sentirem a textura, ao comer papinhas, os bebês não conseguem sentir o sabor de cada alimento. Nem mesmo os adultos, com o paladar mais apurado, são capazes de identificar todos os ingredientes presentes nas papinhas.
E a percepção dos sabores é superimportante para a criação de uma boa relação com a comida.
É assim que os pequenos começam a desenvolver o paladar e a identificar seus sabores preferidos.
Contato com alimentos em seu estado natural
Para melhorar a aceitação dos alimentos e evitar que o seu filho se torne seletivo, apresente os alimentos em seu estado natural.
Quando estão todos misturados nas papinhas, os bebês não têm a chance de perceber as formas, cores e texturas das hortaliças, legumes, carnes, tubérculos, grãos, cereais, frutas, entre outros alimentos.
E o reconhecimento desses aspectos faz parte da experiência de comer.
Também permite que os pais e cuidadores possam identificar quais alimentos, cortes e formas de preparo que os bebês mais gostam.
Estímulo à mastigação
Assim como outras habilidades, a mastigação é desenvolvida de forma gradativa, com muito “treino”.
Mais um motivo pelo qual as papinhas não são recomendadas.
Saiba que a falta de dentes não é um problema, já que a gengiva cumpre a função de “cortar” a maioria dos alimentos.
Além da mastigação, os alimentos sólidos estimulam nervos, maxilar e músculos da face, contribuindo para o desenvolvimento motor.
Os bebês também começam a observar o quanto de comida cabe na boquinha, aprendem a manipular e a organizar a textura alimentar dentro dela. Apesar de parecer muito simples, ninguém nasce com essas noções.
Papinhas industrializadas não devem fazer parte da alimentação dos bebês
Ao visitar os supermercados, podemos encontrar uma diversidade de opções de papinhas industrializadas (verduras, carnes, feijão, cereais, frutas, entre outras) para crianças de 6 meses a 2 anos.
Porém, o consumo delas não é recomendado pelo “Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos” do Ministério da Saúde.
Além dos pontos negativos que já listamos no tópico anterior, existem outros motivos para você não oferecer papinhas industrializadas para o seu filho:
- faz com que os bebês tenham dificuldade de se acostumar com o tempero da comida da família;
- as vitaminas e minerais adicionados não são tão bem aproveitados pelo organismo;
- não favorece o contato com alimentos da região.
Por se apresentarem como uma alternativa prática, algumas famílias acabam optando pelas papinhas industrializadas em determinadas ocasiões, como durante as viagens.
Apesar de não ser o ideal, essa escolha é compreensível.
Quem tem filho pequeno sabe o quanto pode ser difícil alimentar as crianças fora de casa.
Mas, pensando na importância de manter a consistência nas refeições durante a introdução alimentar, vale a pena considerar alternativas mais saudáveis.
Uma delas é preparar as comidinhas em casa e congelar em pequenas porções. Assim, você garante as refeições do seu pequeno onde quer que esteja.
Para quem precisa de praticidade, as refeições da Mima são ótimas soluções. Você recebe na sua casa refeições prontas, nutritivas e adequadas para o seu filho. É só esquentar e servir!
Quer saber mais sobre como a alimentação nos primeiros anos de vida pode influenciar a relação do seu bebê com a comida? Faça o download gratuito do Guia Mima de Introdução Alimentar.