Qual a relação entre alergia alimentar e amamentação?

Muitas dúvidas rondam as mamães quando o assunto é alergia alimentar e amamentação. Isso porque, mesmo antes da fase de introdução alimentar, os bebês entram em contato com os alimentos por meio do leite materno.

Ou seja, embora ainda não consumam alimentos sólidos, existe a possibilidade de os pequenos desenvolverem alergias alimentares.

No entanto, esse risco não deve ser encarado como um motivo para as mães que estão amamentando excluírem determinados alimentos da dieta sem orientação médica.

Logo abaixo, vamos explicar por quê!

O que você precisa saber sobre alergia alimentar e amamentação

Durante os primeiros 6 meses de vida, o aleitamento materno exclusivo é recomendado pelos profissionais de saúde. Até completarem 2 anos, o leite materno continua sendo a principal fonte alimentar dos pequenos, apesar de ser complementada pelos alimentos sólidos.

Mais do que fornecer nutrientes, o leite materno cumpre uma função essencial na promoção da saúde das mamães e dos seus filhos. Contribui para o desenvolvimento dos bebês ao mesmo tempo em que ajuda a evitar doenças a curto e longo prazo.

Quando se trata de alergia alimentar e amamentação, o que fica claro é o papel que o ato de amamentar tem no amadurecimento do sistema imunológico dos pequenos, fornecendo proteção contra doenças alérgicas.

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar, o leite materno ajuda a induzir a tolerância oral e contém IgA secretora — um anticorpo que bloqueia antígenos alimentares e ambientais — além de outros fatores importantes para o estabelecimento da microbiota intestinal.

Assim, o aleitamento materno se mostra eficaz na prevenção de sintomas alérgicos, sobretudo quando oferecido de forma exclusiva até os 6 meses. 

Como deve ser a alimentação das mães durante o período de amamentação?

Por meio do leite materno, os bebês têm o primeiro contato com os alimentos, absorvendo os nutrientes e sentindo os sabores do que suas mães consumiram.

Mesmo diante da preocupação com as alergias alimentares, você não precisa deixar de ingerir determinados alimentos com o intuito de prevenir sintomas alérgicos.

Trata-se de um mito em torno das alergias alimentares, já que não existe nenhuma evidência científica nesse sentido. O Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar reforça que a recomendação atual é de não se prescrever dieta de exclusão para as lactantes.

Sendo assim, independentemente do histórico familiar, nenhuma restrição alimentar deve ser feita, exceto quando sob orientação médica diante da suspeita ou após a confirmação do diagnóstico.

O que você pode fazer para diminuir as chances de o seu filho desenvolver alergias alimentares é manter uma alimentação variada durante o período de amamentação. Ou seja, comer alimentos diversos, dando preferência aos alimentos in natura e minimamente processados.

E o leite de vaca, deve ser consumido na amamentação?

A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma das mais comuns entre os pequenos, sobretudo no primeiro ano de vida.

Como as proteínas do leite e derivados são transmitidas aos filhos pelo leite materno, algumas mamães acabam deixando de consumir esses alimentos enquanto estão amamentando.

Assim como qualquer outro tipo de restrição, cabe aos profissionais de saúde avaliar a necessidade ou não de excluir leites e produtos laticínios da dieta, mesmo que a família tenha histórico de APLV.

Sobretudo porque estudos mostram que a amamentação exclusiva durante os primeiros meses de vida é a medida mais eficaz, pois reduz a incidência de APLV até os 18 meses entre bebês com risco familiar de alergia alimentar.

Alergia alimentar e amamentação: importância do diagnóstico adequado

alergia alimentar e amamentação

Quando se trata de alergia alimentar, cada caso é um caso. Ou seja, tantos os sintomas (respiratórios, gastrointestinais e cutâneos) quanto a gravidade das reações variam.

Enquanto alguns bebês têm apenas reações mais leves na pele, cólicas e diarreia, por exemplo, outros podem ser sintomas sérios — como o edema de glote — que colocam as suas vidas em risco.

Nesses casos mais graves, é preciso levar a criança para o pronto-socorro quanto antes para evitar complicações.

Mesmo que os sintomas sejam leves, os bebês devem passar por consulta com um pediatra ou médico alergistas para fazer o diagnóstico ou eliminar a suspeita de alergia alimentar.

Fazer o tratamento correto

Só a partir do diagnóstico o profissional de saúde pode indicar quais medidas devem ser tomadas no tratamento da alergia alimentar.

Geralmente, a mãe precisa deixar de ingerir o alimento responsável por provocar as reações alérgicas no filho. Mais uma vez, reforçamos que as restrições devem ser feitas apenas sob recomendação médica.

Do contrário, tanto a mãe quanto o bebê podem ter prejuízos nutricionais capazes de comprometer a saúde. 

E a criança precisa fazer o devido acompanhamento médico para continuar o tratamento ou ser liberada para consumir determinados alimentos após a realização de testes.

Garantir a amamentação

O diagnóstico adequado também permite que as mães de filhos com algum tipo de alergia alimentar continuem amamentando.

Fazendo o tratamento conforme as recomendações médicas, não há impeditivos para que a criança seja amamentada até os 2 anos ou mais.

Diferenciar comportamento do bebê e alergia alimentar

Nos primeiros meses de vida, a maioria dos bebês sofre com cólicas e refluxos, que também fazem parte dos sintomas comuns de alergia alimentar.

Isso pode fazer com que os pais e cuidadores suspeitem que os pequenos estejam tendo reações alérgicas. Diante da dúvida, buscar ajuda de um especialista para fazer o diagnóstico é a melhor decisão para evitar preocupações desnecessárias.

Evitar que bebês alérgicos associem os alimentos ao desconforto

As orientações médicas reduz as chances de bebês alérgicos encararem o ato de se alimentar como algo desagradável.

Afinal, por conta da hipersensibilidade oral, os pequenos podem ter dificuldade de fazer os movimentos corretos com a língua ao mamar, machucar o mamilo da mãe e deglutir mais ar do que o necessário, provocando cólicas.

Aqui na Jornada Mima, a gente sempre bate na tecla da importância de criar as melhores condições e hábitos alimentares saudáveis desde cedo para que as crianças tenham uma relação positiva com a comida.

Por isso, levar conhecimento sobre alergia alimentar e amamentação para as famílias faz parte da nossa missão.

Quer se aprofundar no assunto? Confira os 10 mitos e verdades sobre alergias alimentares em bebês!

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