A alergia à proteína do leite de vaca é a alergia alimentar mais comum na infância, principalmente no primeiro ano de vida.
Ao consumir o leite e seu derivados (como manteiga, iogurte, queijos, entre outros), o sistema imunológico dos pequenos pode estranhar as proteínas do alimento, manifestando reações diversas.
Como os sintomas são comuns a outras doenças, o diagnóstico não é tão simples de ser feito. E quando os filhos ficam doentes, os pais querem vê-los bem quanto antes, não é?
Por isso, consultar um médico para confirmar a condição e fazer o tratamento adequado é fundamental. Mas conhecer os sintomas e aprender a lidar com a condição, caso seja preciso, também ajuda a trazer um pouquinho de tranquilidade desde já.
A seguir, vamos compartilhar com você as principais informações sobre esse tipo de alergia alimentar. Confira!
Por que os bebês podem desenvolver alergia à proteína do leite de vaca?
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) se manifesta principalmente durante o primeiro ano de vida dos pequenos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Isso acontece porque o sistema imunológico dos bebês ainda está amadurecendo. Nesse processo, o organismo pode reconhecer as proteínas do leite — e de outros alimentos — como corpos estranhos, resultando numa reação alérgica.
Alguns fatores estão associados a uma maior predisposição a alergias alimentares na infância, como herança genética, ausência de aleitamento materno e baixos níveis de vitamina D, por exemplo.
No entanto, eles não são determinantes para o desenvolvimento da APLV ou de outras alergias alimentares.
Ao contrário do que muitos pensam, a exclusão de alimentos com potencial alergênico não diminui o risco de os bebês se tornarem alérgicos.
Pelo contrário, hoje o entendimento é de que a alimentação diversa tem um efeito protetor sobre a sensibilização alimentar.
Ou seja, a restrição de alimentos alergênicos não deve ser vista como medida preventiva. Isso vale tanto para a dieta do bebê durante a introdução alimentar quanto para a dieta da mãe durante a amamentação.
Embora o leite de vaca seja um dos alimentos mais responsabilizados pelas alergias alimentares em bebês, saiba que a APLV costuma ser transitória — assim como a alergia ao ovo, trigo e soja.
Um estudo da European Society of Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN) mostrou que 50% das crianças com APLV desenvolvem tolerância até completar 1 ano, 75% até os 3 anos e 90% até os 6 anos de idade.
Quais são os principais sintomas da alergia à proteína do leite de vaca em bebês?
Crianças alérgicas à proteína do leite de vaca podem apresentar reações diversas (de leves a graves), logo após a ingestão do alimento, horas ou até dias depois:
- cutâneas (na pele): dermatite atópica, inchaço nos lábios e/ou nas pálpebras;
- gastrointestinais: cólica, diarreia, refluxo, vômito, sangue nas fezes;
- respiratórias: dificuldade para respirar, chiado no peito, rinite, asma, choque anafilático.
Entre os pequenos com APLV, 50% têm dermatite atópica e 25 a 50% apresentam sintomas gastrointestinais, enquanto outras manifestações clínicas são menos comuns — conforme o estudo da ESPGHAN.
Quando não tratada, a alergia à proteína do leite de vaca pode provocar problemas no crescimento e perda de peso por conta da má absorção de nutrientes.
Algumas crianças também ficam irritadas, choram e se recusam a comer.
É importante ressaltar que esses sintomas podem estar associados a inúmeras outras causas. Portanto, antes de tirar qualquer conclusão, converse com o pediatra ou um médico especialista para fazer o diagnóstico correto.
APLV é diferente de intolerância à lactose
Por envolverem o mesmo alimento e alguns sintomas em comum, a APLV costuma ser confundida com a intolerância à lactose.
As crianças intolerantes à lactose apresentam sintomas ligados ao sistema digestivo, como diarreia, ao ingerir leite de vaca. Isso acontece quando o organismo não produz a quantidade necessária da enzima responsável por digerir a lactose.
Ou seja, não tem ligação com o sistema imunológico, como no caso das alergias alimentares, nem provocam sintomas cutâneos e respiratórios.
Além disso, são raros os casos de crianças que possuem APLV e intolerância à lactose simultaneamente.
Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca em bebês?
Até a confirmação da APLV, muitos pais ficam ansiosos. Isso porque o diagnóstico só pode ser feito por um médico e não depende de uma única consulta ou exame.
Ao observar possíveis sintomas, leve o seu filho ao pediatra ou alergista. Além de uma avaliação do histórico clínico da criança, alguns exames podem ser pedidos.
Um deles é o de sangue para detectar anticorpos específicos. Outro é o teste de provocação oral, feito na presença do médico, que introduz o leite em pequenas doses — serve tanto para confirmar o diagnóstico quanto para verificar se a criança se curou após o tratamento.
Qual é o tratamento indicado para os bebês alérgicos? com APLV
Quando o diagnóstico é confirmado, a preocupação dos pais se volta para a alimentação, já que a exclusão do leite de vaca e derivados do cardápio do bebê faz parte do tratamento.
Depois de um período determinado, o intestino tende a amadurecer, aprendendo a se defender das proteínas estranhas.
Mas lembre-se de que todo tratamento de alergia à proteína do leite de vaca em bebês deve ser feito com acompanhamento médico.
Junto disso, vale a pena contar com apoio nutricional. Afinal, é preciso oferecer substitutos adequados no lugar do leite, já que o alimento possui nutrientes importantes para a saúde dos bebês, como cálcio e vitamina D.
Mais do que garantir uma dieta saudável para os pequenos, o nutricionista ajuda a família toda a conviver melhor com a alergia alimentar, indicando os alimentos certos e receitas adaptadas.
Dessa forma, a adoção de novos hábitos pode ser feita com mais tranquilidade e em conjunto, sem excluir o pequeno do convívio familiar durante as refeições.
Mesmo assim, nós da Jornada Mima sabemos o quanto esse processo exige dos pais. Por isso, oferecemos planos adaptados para bebês com alergia a leites e derivados.
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