10 verdades e mentiras sobre alergias alimentares em bebês

As alergias alimentares em bebês são fontes de angústia para as famílias. Afinal, muitas são as incertezas em torno de como cuidar, da melhor maneira, dos pequenos que possuem alergia a determinados alimentos.

Já adiantamos que não existe uma receita pronta. Isso porque cada organismo funciona de um jeito.

Para ajudar você a se sentir mais tranquila, conversamos com uma médica alergista para tirar algumas das dúvidas mais comuns.

Veja, a seguir, o que é verdade e o que é mentira quando se trata de alergias alimentares em bebês e crianças!

1. Casos de alergias alimentares em bebês estão aumentando

VERDADE. Embora não se saiba exatamente o motivo, as alergias alimentares na infância têm se tornado cada vez mais comuns. Existem diversas hipóteses para explicar esse aumento, com destaque para aquelas que associam o problema ao modo de vida de hoje.

Isso porque muitos são os fatores capazes de modificar a flora de crianças e adultos, ou seja, as bactérias, vírus e fungos que vivem no corpo humano. Como consequência, ocorre a desregulação do sistema imune, que se torna menos capaz de se defender.

Entre os principais fatores está o consumo de alimentos ultraprocessados. Mas saiba que até mesmo a poluição, a alta quantidade de cesárias e outros aspectos ambientais favorecem essa desregulação.

Tanto é que, assim como as alergias alimentares, doenças autoimunes, inflamações intestinais e outros tipos de alergia também aumentaram a prevalência nas últimas décadas.

2. Qualquer alimento pode provocar uma reação alérgica

VERDADE. Alguns alimentos são considerados mais alergênicos que outros. Entretanto, o que efetivamente causa alergia é a composição da proteína do alimento.

Enquanto a composição de alguns é mais propícia ao reconhecimento pelo organismo, outras são menos. E a forma como o alimento é preparado pode modificar as proteínas, dificultando esse reconhecimento.

3. Alergia alimentar e intolerância alimentar devem ser tratadas da mesma maneira

MENTIRA. Apesar de terem alguns sintomas em comum, alergia alimentar e intolerância alimentar são completamente diferentes. E, portanto, exigem tratamentos distintos.

A alergia tem a ver com a resposta exagerada do sistema imunológico. Já a intolerância não tem relação nenhuma com o sistema imunológico, mas com a capacidade de digerir determinadas substâncias.

Enquanto as alergias podem provocar reações (de leves a graves) na pele, no sistema digestivo e respiratório, os sintomas da intolerância são restritos ao tubo digestivo.

Quem tem alergia alimentar não pode comer o alimento responsável por causar as reações, que não dependem da quantidade para serem desencadeadas. O que muda, dependendo da quantidade ingerida, é a gravidade das reações.

Já os indivíduos intolerantes não precisam eliminar completamente os alimentos. Há quem tenha intolerância à lactose, por exemplo, e coma queijo em pequenas quantidades sem apresentar sintomas. 

4. Crianças alérgicas a ovo não podem receber nenhum tipo de vacina

MENTIRA. A única vacina cuja composição tem quantidade de ovo suficiente para colocar uma criança alérgica a ovo em risco é a de febre amarela. Isso quer dizer que as outras, como da tríplice viral, catapora e influenza, estão totalmente liberadas.

Caso o seu filho seja alérgico ao ovo e vocês vivam em um local onde existem casos de febre amarela, a vacina deve ser administrada em um ambiente controlado, seguindo os protocolos para aplicação de forma segura.

5. Alergias alimentares em bebês tendem a ser transitórias

VERDADE. Diferentemente dos casos em adultos, as alergias alimentares que aparecem na infância costumam ser transitórias.

É por isso que as mais comuns em bebês, como a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e ao ovo, tendem a se resolver ainda na infância.

Já aquelas que surgem durante a adolescência ou a fase adulta, geralmente provocadas por frutos do mar, amendoim e nuts, tendem a não desaparecer.

6. Restringir determinados alimentos durante a introdução alimentar ajuda a evitar alergias

MENTIRA. Essa ideia de que não se deve introduzir precocemente alguns alimentos, como clara de ovo ou leite, era comum há 30 ou 40 anos. Mas hoje ela não se aplica mais.

Isso porque estudos começaram a mostrar o oposto: expor os bebês, desde o início da introdução alimentar, a uma diversidade de alimentos — inclusive aqueles com potencial alergênico — ajuda a evitar o desenvolvimento de alergias.

Dessa forma, é importante que as famílias não restrinjam os alimentos, sobretudo aqueles que fazem parte da cultura alimentar da região onde vivem.

7. Nunca se deve apresentar mais de um novo alimento por vez aos bebês

MENTIRA. Essa recomendação só vale para as crianças que já têm um histórico familiar sugestivo de alergia alimentar. Do contrário, não há necessidade de restringir a quantidade de novos alimentos por refeição.

Por outro lado, evite oferecer muitos alimentos de cada grupo, de uma vez só, para não dificultar a formação do paladar.

O mais importante é garantir um cardápio variado, com os 5 grupos alimentares e a consistência adequada para cada faixa etária.

8. O diagnóstico de alergia alimentar é sempre clínico

VERDADE. Existe uma ideia de que as pessoas nascem com determinados tipos de alergias e que, portanto, seria possível obter um diagnóstico antes de os sintomas se manifestarem.

Ainda que a gente possa ter uma tendência genética a desenvolver certas alergias, elas são doenças multifatoriais. Isso significa que não são determinadas apenas geneticamente.

9. Existem tratamentos eficazes e totalmente seguros para curar alergias alimentares

MENTIRA. A rigor, o tratamento para alergia alimentar consiste em eliminar o alimento causador da alergia da dieta. Com o passar do tempo, algumas crianças podem deixar de apresentar reações.

Existem tratamentos em que os alimentos alergênicos são oferecidos, em quantidades crescentes, como um remédio até que a criança tolere. No entanto, não há garantias de que o procedimento funcione.

Além disso, vale ressaltar que protocolos como esse não estão isentos de risco, podendo provocar diversos efeitos colaterais.

O mais recomendado é respeitar a natureza da criança. O que se pode fazer, com base em orientações médicas, são testes periódicos para verificar se a criança passou a tolerar ou não determinados alimentos.

10. Os cuidados para todas as crianças com alergias alimentares são os mesmos

MENTIRA. Para cuidar da melhor maneira de uma criança com alergia alimentar, o primeiro passo é entender o tipo e a intensidade da alergia.

Dessa forma, as famílias não correm o risco de desmerecer a doença ou de elevarem a preocupação a um nível desnecessário.

Nos quadros graves, os cuidados, de fato, devem ser maiores, já que as reações podem ser provocadas não apenas pela ingestão do alimento como também pelo contato indireto.

Por outro lado, em casos mais leves, é possível que não exista motivo para você se preocupar em cozinhar os pratos em panelas diferentes ou proibir outros membros da família de consumir o alimento que causa alergia no seu filho.

Não há dúvidas de que as alergias alimentares em bebês sejam fontes de angústia para as mamães e papais. Porém, é importante que a preocupação seja proporcional à gravidade da doença.

Dessa maneira, tanto os pais quanto a criança podem aprender a lidar com a condição com mais tranquilidade.

Quando se trata da saúde dos pequenos, o conhecimento é uma das melhores estratégias para oferecer aquilo que eles precisam!

Quer saber mais sobre o assunto? Confira o artigo sobre os 8 alimentos que mais causam alergias alimentares em bebês!

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