A obesidade infantil é um problema de saúde pública que afeta crianças e adolescentes no mundo inteiro. Já se tornou uma doença tão séria a ponto de ser considerada uma epidemia global.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estão com excesso de peso. O sobrepeso também é uma realidade para 40 milhões de crianças que nem chegaram a completar 5 anos.
Isso significa que elas terão 5 vezes mais chances de se tornarem obesas quando adultas, além do risco de desenvolver doenças crônicas.
Para combater a obesidade infantil, a criação de hábitos saudáveis nos primeiros anos de vida é fundamental.
Conheça os riscos que o excesso de peso oferece para a saúde do seu filho e como promover hábitos positivos desde cedo!
Quais são as principais consequências da obesidade infantil para a saúde das crianças?
A obesidade é uma doença crônica desenvolvida pela combinação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Filhos de pais obesos podem ser mais suscetíveis ao ganho de peso e sofrer influências no índice de massa corporal, distribuição anatômica da gordura e gasto energético.
Mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), são os fatores ambientais que explicam o crescente número de pessoas obesas no mundo: mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares da população estão diretamente ligadas ao sedentarismo e ao aumento no consumo de alimentos altamente calóricos.
A má nutrição associada ao comportamento sedentário na infância leva à carência de micronutrientes (vitaminas e sais minerais), déficit de estatura, prejuízos para o desenvolvimento e outras complicações na vida adulta, como:
- diabetes, doenças cardiovasculares, endócrinas, ortopédicas, dermatológicas e neurológicas;
- custos elevados com saúde pela vida toda;
- baixa autoestima.
Essas consequências costumam ser reflexos de hábitos pouco saudáveis, que começam a ser cultivados na infância.
8 maneiras de evitar que o seu filho desenvolva obesidade infantil
Confira, a seguir, algumas medidas que contribuem para o desenvolvimento saudável e para o combate à obesidade na infância e nas demais fases da vida:
1. Promover o aleitamento materno
Mais do que garantir a nutrição adequada, estudos indicam que a amamentação ajuda a proteger os bebês contra a obesidade na infância e na vida adulta.
Por isso, o desmame precoce é considerado como uma das causas da obesidade infantil.
Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, o aleitamento materno exclusivo deve ser feito até os 6 meses. E a amamentação mantida até os 2 anos de idade, junto da alimentação complementar.
2. Fazer a introdução alimentar de forma adequada
Na fase de introdução alimentar, os pequenos começam a entrar em contato pela primeira vez com os alimentos e a desenvolver uma relação com a comida.
Portanto, o cardápio do bebê deve incluir apenas alimentos saudáveis, como verduras, legumes, carnes, grãos, tubérculos, cereais e leguminosas. Além disso, é importante que os 5 grupos alimentares estejam presentes no pratinho do seu filho todos os dias.
Outra recomendação é evitar as papinhas durante essa fase, dando preferência aos alimentos sólidos. Ao apresentá-los em seu estado natural, você diminui as chances de o seu filho se tornar seletivo no futuro.
3. Evitar o consumo de industrializados
A presença de alimentos inapropriados na dieta das crianças é uma das causas da obesidade infantil.
Embora vá contra as recomendações dos órgãos e profissionais da saúde, cerca de 30% dos bebês brasileiros entre 6 e 23 meses já consumiram alimentos como refrigerantes, sucos e biscoitos industrializados.
Ofereça ao seu filho “comida de verdade”, evitando ao máximo os alimentos processados e ultraprocessados, que são pouco nutritivos, altamente calóricos, cheios de açúcar e aditivos que não fazem bem à saúde.
4. Não oferecer açúcar até os 2 anos
Segundo o Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, o açúcar não deve ser oferecido durante os 2 primeiros anos de vida.
Isso porque os bebês que consomem açúcar têm mais chances de ganhar peso excessivo na infância e de desenvolver obesidade e outras doenças quando forem mais velhos.
Ainda, ao se acostumar com o sabor excessivamente doce, muitas crianças começam a ter dificuldade de aceitar alimentos in natura.
Portanto, qualquer tipo de açúcar, mel, melaço, rapadura e preparações que levam algum desses ingredientes devem ser evitados.
5. Fazer refeições em família
Uma das causas da obesidade infantil é o comportamento alimentar da família. Afinal, as crianças tendem a imitar os adultos.
Mais do que apenas um fator genético, as crianças com pais obesos têm mais chances de desenvolver a doença por adquirirem os mesmo hábitos alimentares inapropriados.
Portanto, tente cultivar hábitos saudáveis em casa e fazer as refeições em família, oferecendo um estímulo extra para o seu filho aceitar novos alimentos.
6. Criar uma rotina alimentar
Ter uma rotina em casa é algo que ajuda a criança a desenvolver bons hábitos alimentares.
A ideia é fazer o seu filho se acostumar aos intervalos entre o café da manhã, lanches, almoço e jantar. Mas isso não significa seguir horários rígidos.
O objetivo, na verdade, é evitar que a criança belisque alimentos pouco saudáveis ao longo do dia e tenha apetite para comer comidinhas saudáveis nas refeições.
7. Evitar distrações na hora de comer
Distrair a criança com desenhos na televisão, tablet ou celular na hora de comer têm efeitos negativos no desenvolvimento dos hábitos alimentares.
Isso porque os pequenos deixam de prestar atenção no que estão comendo, não sentem o gosto dos alimentos e deixam de interagir com a família.
A distração com as telas também prejudica a noção de saciedade, ou seja, a capacidade de identificar que comeram uma quantidade de comida suficiente.
8. Estimular as brincadeiras ao ar livre
Além de desenvolver bons hábitos alimentares, a prática de atividades físicas é fundamental para combater o sedentarismo e, consequentemente, a obesidade infantil.
O contato cada vez mais frequente com o ambiente digital faz com que as crianças, desde muito novinhas, passem pouco tempo mexendo o corpo.
Quando estão em espaços abertos, em contato com a natureza, os pequenos ficam mais ativos fisicamente. Dessa forma, o estímulo às brincadeiras ao ar livre também ajuda a prevenir o excesso de peso.
Tanto o sedentarismo quando o consumo de alimentos industrializados têm se tornado parte do estilo de vida da maioria das pessoas nos dias de hoje.
No entanto, eles podem ser combatidos por meio da promoção de hábitos alimentares saudáveis, sobretudo na primeira infância. Afinal, os hábitos que cultivamos na vida adulta estão relacionados àqueles aprendidos na infância.
Sendo assim, quanto mais cedo você começar a estimular a prática de exercícios bem como o consumo de alimentos saudáveis e variados, maiores serão as chances de o seu filho adotar comportamentos capazes de evitar a obesidade infantil.
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Referências:
- Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, do Ministério da Saúde;
- Obesidade na infância e adolescência: Manual de Orientação, da Sociedade Brasileira de Pediatria;
- Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes, do Instituto Desiderata.